terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Crítica do Amer: Final Fight 3


Eu sou um fã doentio de Beat’em Ups e assumido admirador da saga Final Fight. Desta forma, vocês devem imaginar que quando Final Fight 3 foi anunciado, eu dei piruetas pela casa, arranquei a cueca sem tirar a calça e saí rodando ela pela rua.

Não é uma graça? MAS TÁ ERRADO!!!

Quando joguei pela primeira vez eu ODIEI ESTE GAME COM FÚRIA DIVINA!!! De forma alguma que eu o aceitaria como o digno sucessor de Final Fight 2, um dos títulos que mais amei em minha tola juventude.

Muitas mudanças foram feitas na jogabilidade, visual e tudo mais. Para mim, Final Fight 3 não “encaixava” no universo estabelecido pelos games anteriores e pelo resto do universo da Capcom que girava em torno de Metro City.

Quase duas décadas se passaram desde seu lançamento. Teria o tempo mudado minhas impressões deste que é considerado por muitos como o ápice da série?

Pois é o que vamos ver!!!


É um belo dia na cidade de Metro City e tudo parece bem com o mundo. Crianças brincam pelas ruas, Street Fighters trocam sopapos em plena luz do dia para o deleite dos transeuntes e o Capitão Commando ainda não nasceu, sequer foi transformado em um cyborg brega.

DE REPENTE O MAL ATACA!!!!!

...

... de novo...

Aparentemente, todos os criminosos do mundo convergiram para Metro City, pois a cidade não consegue passar dois anos sem uma crise de proporções bíblicas nas mãos. E diga-se de passagem, os bandidos responsáveis por essa barbaridade não estudaram a história da cidade, ou saberiam que este não é o melhor local do mundo para atividades ilícitas.

Digo, o prefeito é um lutador profissional, pelo amor de Deus. Não dá pra ser mais óbvio que esta cidade não é boa pra bandidagem.

Enfim, a gangue Skull Cross resolve continuar de onde a Mad Gear parou em Final Fight 2 e inicia diversos ataques pela cidade. Haggar, sempre disposto a colocar a mão na massa e justificar o dinheiro dos contribuintes, junta-se a Guy (fazendo sua estréia oficial no Super Nintendo) à policial sexy Lucia e ao cara grande e elétrico que quer vingança, Dean, e parte em busca de JUSTIÇA!!!

JUSTIÇA... DIVINA... DAS RUAS!!!

Ahhhhhh sim!!!


A apresentação do game é boa, embora seja bem menos criativa do que anteriormente.

Os gráficos são bons, não devem muito aos dos games anteriores, embora sejam mais “frios” que no resto da série. Final Fight 3 faz uso de uma paleta de cores mais sóbria, focada em tons pastéis ao invés das cores vivas de antigamente. Se a idéia era tornar o game mais sério, tudo que conseguiu foi fazer dele mais cansativo aos olhos.

Há exceções ao longo do game (as fotos que ilustram este artigo praticamente me desmentem, boa Amer), mas não são a regra para o game inteiro.

O design de personagens e fases também não é dos melhores e podemos ver um enorme desinteresse dos produtores em equipararem o terceiro game da franquia aos dois anteriores. Os inimigos agora são extremamente genéricos e alguns destoam completamente do universo de Metro City. Ninjas anões cabeludos e jogadores de baseball com máscara de hockey são o tipo de coisa que esperamos ver em Rushing Beat, mas não em Final Fight. Os capangas aqui presentes não possuem o mesmo carisma de El Gado, Rolento e Sodom, nem as garotas conseguem ser sensuais como nossa amada Poison.

E a Poison é um CARA!!!

Pois é. Sem mais perguntas, meritíssimo.

Aliás, de quem foi a idéia de colocar rabo de cavalo e bermuda de lycra em Haggar? Eu ainda votaria nele, mas... diabos...

E pra encerrar minha reclamação... LUCIA??? Isso é tudo que vocês podem nos dar depois da Maki, Capcom? Ok, loirinhas de cabelo curtinho são lindas... MAS A MAKI ERA UMA NINJA PERNUDA!!! NÃO DÁ PRA SUPERAR ISSO COM FACILIDADE!!!

O som deixa a desejar também. Com exceção do tema da primeira fase (For Metro City), a trilha sonora de Final Fight 3 não é especialmente bem composta ou bem executada. Não chega a ser insuportável, mas está muito longe dos temas clássicos, que cantarolavamos alegremente voltando da escola.

Bons tempos.


A jogabilidade foi o ponto em que Final Fight 3 recebeu o maior número de melhorias. Seus produtores não mediram esforços para enfiar o máximo possível de Street Fighter II no jogo.

Mas vamos por partes. O jogador tem quatro personagens a sua escolha, Haggar é o mais forte, Guy é o mais equilibrado e indicado para iniciantes, Lucia é a mais veloz e Dean... não serve pra nada, mas por algum motivo ele dá choquinho e isso nos fazia jogar com ele de vez em quando.

Todos os personagens possuíam os ataques tradicionais do gênero: sequências de socos, agarrões, voadoras e todas aquelas maneiras divertidas e hoje lendárias de se causar concussões em meliantes. Além delas, os heróis ganharam a habilidade de correr, algo presente em muitos games do gênero, mas até então inédito em Final Fight.

Pra ser muito franco, é difícil ser democrático com este movimento, na maior parte dos casos, o jogador usará muito ou sequer se lembrará dele. Mesmo assim, é sempre bom ter uma opção a mais para se locomover.

Agora, eu mencionei a inclusão de doses de Street Fighter neste game. Bem, os lutadores não possuem apenas os manjados ataques presentes em um Beat’em Up, como também são capazes de espancar seus inimigos com golpes especiais ao melhor estilo de Ryu e seus amigos serelepes, ativados por comandos ao melhor estilo “meia lua pra frente e soco”, uma belezoca.

Os personagens ainda possuem uma barra de “Special”, carregada conforme se espanca inimigos. Através de um comando específico, é possível alvejar um oponente com um ataque especialmente destrutivo, capaz de eliminar um inimigo comum de primeira e de causar danos homéricos em chefes.

Claro, na época do lançamento não fazíamos idéia de como eram esses comandos, mas hoje em dia a internet mudou tudo, COMBO DE AERIAL SUPLEX E PILÃO GIRATÓRIO EM TODO MUNDO!!! HUUUURYYYYYYAAAAAAAAHHHHH!!!

E lembram das armas? Elas estão de volta! Canos, nunchucks e tudo mais, prontos para que você frature a cabeça de gordões e boazudas. Ainda há uma arma “certa” para cada personagem, que quando usada agora, irá gerar um belo combo no inimigo desafortunado o bastante para ficar na sua frente.

Final Fight 3 também tentou ser menos linear que seus antecessores. Em algumas fases é possível escolher o caminho a seguir, normalmente destruindo alguma coisa no cenário. Se quiser passar em um bar e espancar os alcoólatras lá presentes, basta quebrar a porta do mesmo e entrar, se quiser tomar um busão para outra parte da cidade, deixe a placa do ponto de ônibus intacta, e por aí vai.

Uma boa maneira de se aumentar o tempo de vida útil do game.

Finalmente, se você é um perdedor e não tem amigos, sem problema! É possível jogar um modo em que o computador controla um parceiro, assim você pode fingir por algumas horas que tem um camarada e que não sente uma solidão horrenda que consome seu ser a cada dia.

Claro, o personagem controlado pelo computador atrapalha mais do que ajuda. Em alguns casos, a solidão avassaladora é uma escolha melhor.


Passados todos estes anos, minha opinião sobre Final Fight 3 mudou? Sim, de fato!

Não é um game marcante como os que o antecederam, mas acredito que isso se deveu a mau timing. Quando este game chegou as lojas, estávamos todos muito mais interessados no Playstation, Sega Saturn (pelo menos eu estava interessado no Saturn) e Nintendo 64, e o bom e velho Super Nintendo não chamava mais nossa atenção como antes.

Mesmo assim, eu recomendo. Final Fight mesmo quando erra, ainda acerta.

...

Exceto em Final Fight Revenge... ou Final Fight Streetwise... mas vamos deixar isso pra lá.

Cheers!!!

24 comentários:

Evil Monkey disse...

Hey amer, já que você gosta de Beat'em ups eu sugiro que você baixe a demo de Scott Pilgrim Vs The World: The Game na XBLA.

É um beat'em up no melhor estilo 16 bits.

E a trilha sonora sozinha já e motivo o suficiente para comprar o jogo.

Franci23 disse...

Esse foi um clássico que desfrutei na epoca, com brigas horríveis contra um primo meu que jogava comigo... Bons tempos aqueles!

== ADR == disse...

Eu adoro esse jogo. Esse e Captain Commando, que você citou logo no começo, foram os que eu mais joguei, e ainda jogo.

Eu já acho ele bem melhor do que os anteriores, principalmente por permitir escolher seu caminho e pela jogabilidade. Não que anteriores sejam ruins, muito pelo contrário.

PedroMS disse...

Ow amer, bem q vc poderia fazer um post de Final Fight StreetWise, embora nao seja muito bom, pelo menos lá tem o HAGGAR!

Israel/Rael-TIO GOIABINHA disse...

Ahhhh! Final Fight! Até hoje eu jogo esse Game. Viciei meu irmão menor nos Beat'em Ups antigos para tirar ele da miséria que é Shadow the Hedgehog.

OhHh!r

Marcel disse...

A música da primeira fase é boa, mas a da última fase é a mais fodona de todas =D

Na minha humilde opinião de merda, claro!

Oráculo disse...

Eu alugava essa fita quase toda semana e já conhecia todos os caminhos alternativos!

De fato esse é até hoje o meu Final Fight favorito, já que na época era complicado jogar o primeiro sem ser espancado pelas gangues de meliantes que andavam nos fliperamas do meu bairro - saca esses fliperamas de filmes antigos, cheios de marginais? Eles nunca viram um de uma favela do Rio de Janeiro!

Esse jogo foi o que me tornou um viciado inveterado em beat'em ups, que infelizmente foram abandonados nas gerações atuais.

Blog do Sybão! disse...

Pô, Amer!

Curtia bagarai esse jogo.

As músicas são latejantes.

Não concordo com quase 80% do que vc disse sobre o jogo!

Foi um dos melhores e mais marcantes, na minha opinião. Depois dele só vejo streets of rage :D

Avalanche(Lance) disse...

Streetwise é bonzinho...o problema é que o jogo é Beta.

Uris disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

Uris disse...

Um fato engraçado é que este foi o primeiro Final Fight que joguei, eu o odiei a jogabilidade na epoca...

Talvez porque eu amava demais Streets Of Rage.

Hoje em dia eu já zerei os 3 Final Fight's originais, e amo a serie como poucas, meu favorito é o segundo.

Ótimo artigo amer!

Ah, e uma perguntinha, você tem previsão de atualilzação do Outro Blog?

Rhode disse...

Hoy Amer, aproveitando o momento estrupicio, gostaria que doasse vosso tempo e falasse sobre Bloody Roar 2

Eu adoro esse jogo (não cheguei a ver os outros)e qria muito que opinasse sobre ele

;)

PedroMS disse...

hei amer. vc nao vai responder as perguntas da comunidade do orkut?

Warndarius disse...

Amer,vou fazer umas perguntas pode me ignorar se quiser,ate eu me ignoro
bem voce ja jogou tekken 6 imagino.
vc achou Soul calibur melhor que tekken?
E em qual revista voce escreve fiquei meio curioso e com vontade de ler

Cristiano G. disse...

Pra mim, é o melhor Final Fight do Super Nintendo.

Pronto, falei.

Acho o segundo muito fraquinho, mesmo tendo a Maki e o Carlos - O NINJA BRASILEIRO!

No mais, um ótimo artigo, como sempre!

rubens disse...

HEY AMER (ótimo artigo como sempre) QUE TAL UM REVIEM DE CHRONO CROSS AM? AM?

Bob Mota disse...

Eu gostava do Dean exatamente pelos choques que o kra dava.
Mas o FF2 é realmente bem melhor.
Os especiais com as armas são um ponto forte e tal, mas não supera o 2 não. Ainda assim é uma boa sequência.

Márcio, o Couto disse...

eu soube que esse álbum conceitual nov do My Chemical Romance foi inspirado no Final Fight 1, tem até uma gangue na história tb chamada mad gear

Márcio, o Couto disse...

vc poderia falar sobre Savage Reign e Ninja Masters

Igor Monteiro disse...

Yo, Amer!
Curto muito o seu blog, mas sinto falta de mais reviews de PlayStation (1). Qualquer um que você tenha jogado e gostado, sei lá, só esse é o meu pedido.

Lucas disse...

Streets of Rage > Final Fight.
Sempre achei final fight meia boca.

Negrinho disse...

A trilha desse final fight é animal demais!!

e tem o Dean que é o personagem de beat'm up mais fodão de todos os tempos

marcelovitor29 disse...

Acho que já finalizei este jogo umas 50 vezes por gostar tanto dele, era uma das fitas de SNES que eu mais alugava!

Leandro" Leon Belmont" Alves the devil summoner disse...

eu não consigo entender porque os fãs odeiam esse jogo...papo sério.

será porque ele é mais fácil do que os antecessores?

porque a jogabilidade do game se tornou mais fluída?

é porque o Haggar tem rabo de cavalo e é impáravel quando se escolhe ele para jogar?

devido que a Lucia é mais gostosa que a Maki?


eu sinceramente achei Final Fight 3 o melhor da franquia. chegava a zerar em Very Hard só para ver o True Final...e ia direto com a Lucia...GOSTOSA!!!

o Final Fight 1 era feio graficamente e era muito fácil um cara noob no jogo perder todas os continues/fichas. e de beldade só tinha a Poison mesmo.

no Final Fight 2 deram uma melhorada na dificuldade e nos gráficos.e botaram a Maki...GOSTOSA!!


e no Final Fight melhoram ainda mais isso, na minha opinião.