domingo, 31 de maio de 2009

Crítica do Amer: NAM-1975


A Guerra do Vietnã foi uma das investidas militares mais catastróficas da história dos Estados Unidos da America.

Ao contrário do que alguns teoristas do caos espalham, os Estados Unidos foram derrotados no conflito e o governo teve de enfrentar uma repercursão muito negativa diante da opinião pública Norte Americana.

É interessante notar que existem toneladas de games baseados na Segunda Guerra Mundial, mas muito poucos se passam nas selvas do Vietnã. Talvez porque os Estadunidenses não gostem de lembrar que a única vez que tiveram uma ação militar bem sucedida no país tenha sido em Rambo II.

E ao contrário do que Watchmen tenha levado você a pensar, o Dr. Manhattan nunca tomou parte nesta guerra.

Mesmo assim, existem alguns bons jogos que escolhem o Vietnã ao invés da Europa da década de 1940 como cenário para um game de ação.

NAM-1975 foi um dos primeiros games do Neo Geo, daqueles que vinham em um cartucho tão grande, pesado e resistente que era possível usá-lo para espancar um padre até a morte e logo depois jogá-lo normalmente, pois estaria funcionando sem problemas.

Bons tempos que as coisas eram feitas pra durar e não sofriam com Luzes Vermelhas da Destruição.

Enfim, o game é de um tiroteio insano e febril, mas será que sobreviveu ao teste do tempo e se mantém capaz de injetar adrenalina nessa molecada viciada em Call of Duty de hoje em dia?

É o que vamos descobrir!


A história se passa nos meses finais da Guerra do Vietnã. Um cientista chamado Dr. R. Muckly foi sequestrado por Vietcongues e é mantido em cativeiro, onde provavelmente será forçado a criar terríveis armas de guerra para serem usadas contra a AMERICA e seus ideais de liberdade, justiça e comida gordurosa o bastante para causar um enfarte em qalquer um aos vinte e dois anos.


A filha dele também foi sequestrada, mas para outros prováveis fins que não sejam construir armas de destruição em massa.

Enfim, o governo Americano não pode permitir que esse tipo de esbórnia aconteça e assim sendo, selecionou dois soldados extremamente habilidosos para se infiltrarem no Vietnã e resgatarem o cientista, antes que ele construa um Optimus Prime ou alguma outra coisa que dê grande vantagem para os inimigos.

Os dois soldados não tem nome e só é possível distinguí-los pelas cores de seus uniformes. Um está com a camuflagem verde típica de tropas que atuam em florestas, enquanto o outro usa uma camuflagem azul, o que indica que ele esperava se infiltrar no céu.

Aliás, não dá pra jogar com a gostosa da capa do jogo. Ela representa uma refém que vez ou outra pode ser salva dos vilões e que te ajuda metralhando ao seu lado por alguns segundos, nada grandioso.

Na verdade, eu nem sei porque raios ela está na capa.

Diga-se de passagem, o jogo toma muitas liberdades em relação ao Vietnã e a época que o jogo se passa. Como resultado, temos um cenário histórico muito pouco realista (Não! Jura?).

Por exemplo, em todas as fases os personagens precisam enfrentar algum maquinário gigantescamente mirabolante que ocupa pelo menos metade da tela e não preciso nem dizer que nenhum destes veículos existiam no tempo da guerra.

Raios, a maioria dessas tralhas não existe até hoje!

Sem contar os carecas mutantes com lança chamas, tanques imensos, aviões tão grandes que poderiam carregar o Maracanã dentro com folga de espaço e todas as outras coisas difíceis de engolir e que devem ser baleadas durante o jogo.

Ou a pessoa que programou este game não faz a menor idéia de como foi a Guerra do Vietnã, ou então os jornalistas simplesmente pararam de documentá-la quando ela começou a ficar divertida.


Na parte técnica, o game faz um bom trabalho.


O gráfico não é nenhuma obra prima, mas é competente. Os soldados controlados pelo jogador e os inimigos comuns são pequenos, mas isso foi feito para que ficassem em uma escala razoavelmente realista com todos os veículos em que é preciso mandar bala.

Não que isso funcione sempre, mas é bom ver que tentaram.

O som é interessante. NAM-1975 foi um dos primeiros games a usar uma quantidade massiva de vozes digitalizadas, mas o que era impressionante há vinte anos atrás, acaba sendo um pouco cômico hoje.

As vozes são bastante cristalinas mesmo para os dias atuais, mas a falta de expressividade dos atores é sensacional. É como se todos os personagens tivessem sido dublados pelo Keanu Reeves, o que não é muito difícil de ter acontecido, pois o elenco de personagens inteiro parece ter sido feito por uma única pessoa se esforçando ao máximo para disfarçar a voz.

Os efeitos sonoros são muito bons e simulam bem o efeito de explosões e do tiroteio. Uma mudança bem vinda da enxurrada de ruído branco que muitos jogos da época nos forçavam a engolir como sons de tiros e coisas do tipo.

A música é bem composta, bem executada e funciona muito bem com a ação que temos na tela. Não chega a ser memorável como a de Street Fighter II (por exemplo) mas gruda na sua cabeça e você se pegará cantarolando alguns dos temas do jogo nos momentos mais inapropriados, como velórios ou divórcios.


A jogabilidade é bastante simples: há uma mira na tela e seu soldado, só é possível mover um de cada vez.


Quando estiver atirando, o soldado permanece imóvel e é possível levar a mira para qualquer ponto da tela. Se parar de atirar, é possível mover o seu soldado em uma linha reta na base da tela, que é o único local em que ele pode se mover.

Com um dos outros botões se atira granadas e o último permite correr pelo eixo de movimento do personagem.

Apesar de bastante limitadas, todas estas funções funcionam muito bem e quando bem utilizadas, lhe permitirão sobreviver a muitos ataques dos inimigos da liberdade, da América e da torta de maçã.
Há um bocado de armamento extra no jogo também. É possível encontrar diversos tipos de explosivos, além de lança mísseis e lança chamas que só podem ser utilizados por um tempo determinado, mas que possuem munição infinita enquanto isso.

O único inconveniente é que a partir de um determinado ponto do jogo, você será vítima de uma enxurrada monumental de tiros, bombas, metralhadas, explosões, devastações e inúmeras outras coisas que podem reduzir seu valoroso soldado a uma pilha de depressão falecida.

Sério, o jogo não brinca em serviço. NAM-1975 faz jus ao fato de ter nascido como um game de arcade e é um dos games mais homicidas de todos os tempos. Poucos títulos colocam tantas coisas mortíferas na tela ao mesmo tempo e lhe dão tão poucas chances de se esquivar.

De fato, é necessário desenvolver reflexos felinos se você quiser terminar o game, pois não é possível
usar continues no último chefe.

Sim, você leu direito. O game come todos os créditos que você porventura tenha ao chegar no último chefe e é preciso derrotá-lo com o estoque de vidas que tenha conseguido manter até este duelo começar.

E devo dizer que tal decisão (canalha) de design deve ter feito um sem número de pessoas destruirem as máquinas de NAM-1975 que jogavam, ou de fato usarem seus cartuchos para espancar padres até a morte.


NAM-1975 é um game divertido e diferente, mas sua dificuldade frustrante não faz dele um título muito atrativo para o público atual. Sinceramente, qual a razão de se sacanear o público na batalha final? A SNK achou que isso atrairia jogadores? Pois fracassou miseravelmente!


Enfim, este game também é bastante interessante como uma mostra dos games únicos que a SNK tentava lançar para seu Neo Geo de modo a torná-lo mais interessante para o público e poder competir melhor com o Super Nintendo o Mega Drive.

Claro, a SNK logo se tocou que teria resultados muito melhores entupindo o público com King of Fighters e assim eles fizeram.

Mas sempre é bom experimentar games desse estilo e ver os tipos de coisas que o Neo Geo podia oferecer e que não continham Terry Bogard ou Ryo Sakazaki.

Ou Haohmaru.

Cheers!!!

10 comentários:

Pudim de Kana disse...

Damn! Ótimo review!
Eu nunca tive a oportunidade de jogar o NAM no arcade, mas lembro de perder horas jogando com meu irmão num emulador de Neo-Geo.
Frustrante, mas viciante pra caralho.

Avalanche(Lance) disse...

Nossa Amer que amnésia.

Aquela mina na capa é as reféns, volta e meia tinha um cara de colete vermelho segurando uma loira, se você salva a Loira ela fica te seguindo no canto da tela dando tiro.

E eu adoro jogos nesse estilo...um dia faça o review do jogo dos GIJOE, quase morri quando achei o emulador(pq nem lembrava do jogo até começar a primeira fase).

Amer H. disse...

Verdade, é a refém que de dava auxílio.

Nunca consegui salvar nenhuma delas, acho que é por isso que não me lembrei.

Thyago disse...

bom review, pena que o jogo aparenta ser chato se vc jogar ele sozinho.
pra vc ver como os shooters evoluiram XD

Thyago disse...

amer, seu assassino de refém XD
*se lembrando que matou um monte de refém de terroristas bióticos em mass effect*
:x

BAH disse...

Esse jogo me pareceu um upgrade de Cabal.

Scariel disse...

O jogo parece ser divertido. Esse infelizmente eu nunca joguei.Mas joguei um no mesmo estilo Wild Guns no SNES passava horas jogando este.

Dark_Yamatoman disse...

Ei Amer, que tal fazer um review de algum Monkey Island pra aproveitar o lançamento do novo jogo e do remake do primeiro? 8D

Só uma sugestão ;D

Rafael disse...

Nem é da minha epoca esse jogo, mas ja joguei um com o mesmo sistema so que era de cowboys que atiravam em capangas soltando fogo e maquinas gigantes mas nada tão grande quanto o avião que carrega o maracanã, era de Snes muito bom mas muito dificil

Estou jogando agora shin megami tensei:Devil summoner 2
Vc que me viciou na serie "shin megami tensei" com o post no outro blog seu, não sou muito fãs de rpg's de turno então preferi o devil summoner ao nocturne(nops2).

sirilo disse...

parece interessante, lembra um pouco de metal slug os grafos